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Conceito:

A partir do contexto do golpe de 2016, com o aumento de reivindicações fascistas, como pedidos de intervenção militar, a temática da luta por memória, verdade e justiça torna-se cada vez mais urgente, demonstrando que os arbítrios de um passado autoritário insistem em retornar.

Com o golpe uma série de retrocessos vem se impondo na agenda política, econômica e cultural do pais. O trabalho “Inserções em Resistências Democráticas”, proposto pelo Coletivo Aparecidos Políticos, para o 68º Salão de Abril Sequestrado, pretende retomar a memória da clássica obra do Cildo Meireles, Inserções em Circuítos Ideológicos, em que o mesmo usou garrafas para uma obra artística em plena ditadura militar.

No propomos, neste trabalho, ressignificar o Cildo e ampliar sua potência. Imprimiremos em garrafas de vidro algumas frases relacionadas ao atual contexto para as pessoas interagirem com a obra. O conceito aqui é, através de uma perspectiva pública relacional, pensar o atual contexto do golpe.

68º Salão de Abril Sequestrado

Contextualização:
Com mais de sete décadas de existência, o Salão de Abril é uma mostra tradicional de grande relevância que sempre proporcionou ao longo de sua história um importante panorama das artes no Ceará e no Brasil.

Tendo sido lançado como iniciativa da comunidade artística através da Secretaria de Cultura da União Estadual dos Estudantes (UEE) em 1943, e em seguida realizado pela Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), o salão foi “adotado” pela administração municipal, que, reconhecendo publicamente a importância do Salão, assumiu um papel de eixo da vida cultural da capital cearense, tomando para si a responsabilidade da realização anual do mesmo.

Desde então, o Salão de Abril é um dos poucos instrumentos políticos de apoio às artes (juntamente com o Edital das Artes), dessa que é a 5ª maior cidade do país, de destacada expressão econômica regional e detentora de metade do PIB cearense. A atual gestão municipal, no entanto, sem nenhuma explicação, abdicou de realizar sua 68ª edição. A gestão municipal também demonstra o seu descompromisso com as artes e a cultura diante do não pagamento do Edital das Artes de 2016 e muitas outras ações de desmanche da política cultural.

Já estamos em julho e a prefeitura abriu mão da sua responsabilidade, mas a Sociedade Civil levará à frente o Salão de Abril. Diante da negligência da gestão municipal, convidamos todos os interessados a sequestrar o 68º Salão de Abril! Com a colaboração não-remunerada de artistas, espaços culturais não governamentais, curadores, profissionais da cultura, galeristas e sociedade civil vamos realizar o Salão de Abril enquanto mostra autônoma que reafirme sua importância e discuta o lugar das artes e as políticas de incentivo e fomento de forma ampla e participativa.

Proposta:
A 68a Edição do Salão de Abril é uma iniciativa do Fórum de Artes Visuais de Fortaleza que reunidos decidiram o formato do mesmo. Trata-se de uma iniciativa de enfrentamento da ausência de políticas públicas na área da cultura e mais especificamente das artes visuais. O Salão se propõe a acontecer de forma descentralizada, interagindo com espaços e dinâmicas culturais da cidade, ampliando o número de curadores e transbordando os limites de uma produção que não dispõe dos recursos financeiros adequados.

Fonte:

https://www.facebook.com/68SalaodeAbrilSequestrado/photos/a.328394317619690/328427500949705/?type=3&theater

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